sexta-feira, 22 de junho de 2007

Cicciolina

Conhecida em todo o mundo como Cicciolina, Anna Ilona Staller nasceu a 26 de Novembro de 1951 ‘após uma longa noite tempestuosa numa clínica pobre de Budapeste’, capital da Hungria e cidade natal desta ex-actriz porno e ex-deputada do Parlamento italiano.

De acordo com a biografia oficial, a mãe, que também se chamava Ilona (ou Elena), sofria muito com a infidelidade do pai, Staller, que abandonou o lar quando a filha tinha apenas três anos de idade.

Ainda de acordo com esta biografia, a pequena Ilona era uma ‘menina muito doce e amiga’ que adorava os irmãos e a bisavó materna, Valéria, que costumava levá-la a ver os comboios e lhe dizia que ela era ‘a menina mais bonita do mundo’.

Apesar da pobreza, a futura Cicciolina estudou piano, vilino, dança clássica e moderna. A ex-actriz e deputada afirma também que, aos 16 anos, fez parte dos serviços secretos húngaros. Mais tarde foi modelo fotográfico e ganhou o título de Miss Hungria.

O primeiro filme erótico em que participou foi "Incontrod'amore", em 1970, quando se lançou assinando como Elena Mercury.

Ao chegar a Itália, em 1972, e para conseguir a naturalização naquele país, casou com o realizador de filmes porno Riccardo Schicchi, um homem 25 anos mais velho que ela. Entretanto continuava a trabalhar como modelo fotográfico ao serviço das maiores agências de Milão.

Em 74 conheceu Berlusconi, que a terá convidado para uma festa nas ilhas gregas e, em 1975, muda-se para Roma, ‘Meca’ do cinema italiano, onde Ilona esperava vir a tornar-se uma ‘star’...

A rádio e a televisão ajudaram a celebrizar Ilona, mais foi o sucesso no cinema erótico, durante a década de 70, que a tornou conhecida mundialmente. Em 1979, Ilona Staller muda definitivamente o nome artístico para Cicciolina.

A ex-actriz, que afirma ter entrado na indústria da pornografia ‘um pouco por acaso’, outro pouco ‘para desmascarar a hipocrisia’ do sistema, justificaria anos mais tarde que dos deputados com que se cruzou de 1987 a 1992 (anos em que foi deputada) é ela ‘a mais limpa’. Todos os outros (Craxi, Andreotti, etc) viram-se entretanto envolvidos em múltiplos escândalos e processos judiciais.

«Xica da Silva», novela onde Cicciolina fez uma participação especial no papel da traiçoeira Cortesã Ludovica de Castelgandolfo, foi o último trabalho da sua carreira.

Pelo caminho Cicciolina fundou o Partido do Amor com a estrela de cinema italiana Moana Pozzi para lutar pela legalização dos “parques do amor”, a educação sexual, a luta contra a SIDA, etc.

Em Janeiro de 2002, após abandonar o Parlamento italiano, Cicciolina deixou sua casa no subúrbio de Olgiata, em Roma, para disputar uma vaga no parlamento em seu país de origem, a Hungria.

Se tivesse sido eleita, iria representar o subúrbio de Kobanya-Kispest, em Budapeste, onde nasceu, e onde espera poder vir a ajudar aos pobres.


Em 2006, Cicciolina publicou uma autobiografia intitulada «Per Amore e Per Forza» (Por Amor e Por Obrigação), cuja publicação em Portugal parece estar para breve. Neste livro a autora fala da infância na Hungria, dos amores e desamores, dos divórcios, da entrada no mundo dos filmes para adultos, da vida em Itália, da maternidade e de todo um percurso recheado de emoções fortes.